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terça-feira, 3 de março de 2015

Pai diz que siamês sobrevivente ainda não perguntou do irmão que morreu

Pai ainda não contou ao filho sobre a morte do irmão.
Foto: Reprodução/Facebook
O professor Delson Brandão, pai dos gêmeos separados no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia, disse nesta segunda-feira (2) que o filho sobrevivente, Heitor Ledo Rocha Brandão, de 5 anos, não perguntou mais do irmão, Arthur Ledo Rocha Brandão, após sua morte. Em um texto postado em uma rede social, ele diz acreditar que o filho "sabe ou sente" que o irmão não está mais ali e que só vai contar o que ocorreu quando Heitor questionar onde está o irmão.
Delson afirma que desde o primeiro momento em que recuperou os sentidos após entrar na UTI, Heitor sempre "procurava ou esticava o pescoço para olhar o irmão dormindo na cama ao lado". Porém, desde a última sexta-feira (27), quando Arthur morreu em decorrência de duas paradas cardíacas, isso não ocorre mais.

"NÓS AINDA NÃO FALAMOS COMO ELE SOBRE ISSO. Mas estranhamente, depois que o Arthur foi para o outro plano, ele (Heitor) não pergunta nada sobre o irmão. Não olha pra cama ao lado. Hj quando as enfermeira retirou (sic) a cama ele não arrisca o olho pro canto vazio. Acredito que ele sabe ou sente que Arthur está ali e ele se recusa a perguntar para não ouvir a verdade que será dolorida. Só iremos falar quando partir dele a pergunta: " pain, mãeinha? Kd Arthur?" Ai sim vamos falar com ele. Do contrário não falaremos nada", afirma.
Segundo boletim médico divulgado nesta tarde, Heitor permanece em estado grave, respirando com auxílio de oxigênio inalatório. Ele se alimenta através de uma dieta líquida e não tem previsão de alta.
Apesar disso, a recuperação ocorre dentro do esperado. O pai até postou uma foto dando água para o filho. "Minha angústia acabou quando vc me pediu água e eu lhe dei pra acabar com sua sede. Obrigado Jesus!", diz.
Segundo o cirurgião pediátrico Zacharias Calil, que acompanha os gêmeos desde o nascimento, apenas uma questão preocupa a equipe médica.
Pai diz que siâmes sobrevivente ainda não perguntou de irmão após morte em GoIânia, Goiás (Foto: Reprodução/Facebook)Post do pai diz que só vai contar da morte de Arthur quando Heitor perguntar (Foto: Reprodução/Facebook)
"Nesse momento é só os retalhos onde foi feita a cobertura do abdômen e da bacia. Ali que nos deixa preocupado devido a coloração estar um pouco escura, mas temos outros meios de tentar melhorar isso lá na frente se por ventura houver algum problema", afirma.
Arthur foi enterrado no último domingo (1º), em Botuporã (BA), após ser velado na casa da avó materna.
Siameses
A mãe dos siameses, a professora Eliana Brandão, se mudou de Riacho da Santana para Goiâniaum mês antes do nascimento dos filhos para que eles tivessem acompanhamento desde o parto, em maio de 2009. Após o nascimento, ela voltou para a terra natal por um período e, desde 2010, mora em Goiânia com os siameses. O marido e a filha mais velha, de 7 anos, continuaram no Nordeste.
Gêmos siameses Arthur e Heitor passam pela 7ª cirurgia para colocação de expansores em GoIânia, Goiás (Foto: Sílvio Túlio/G1)Gêmos siameses foram separados com 5 anos;
Arthur morreu (Foto: Sílvio Túlio/G1)
Os gêmeos eram unidos pelo tórax, abdômen e bacia, compartilhando o fígado e genitália. Desde que nasceram, eles eram preparados para a cirurgia de separação. Os siameses passaram por 15 procedimentos cirúrgicos, entre eles alguns para implantação de expansores no corpo para que tivessem pele suficiente para a separação. Os meninos só alcançaram as condições necessárias para a cirurgia neste ano.
A cirurgia de separação durou mais de 15 horas e envolveu 51 profissionais, terminando na madrugada de quarta-feira (25). Os médicos informaram que o procedimento transcorreu dentro do esperado. Inclusive, eles tiveram uma boa notícia, pois, diferentemente do que acreditavam, cada um dos gêmeos tinha um intestino, uma bexiga e uma vesícula.
Horas antes de Arthur morrer, a mãe e o pai visitaram as crianças e viram Heitor acordado pela primeira vez. Eles se emocionaram ao ver o filho abrir os olhos e chamar por Arthur. "Fiquei muito emocionada, sem palavras. Não dá para descrever tamanha emoção, apenas sentir. Não esperávamos vê-lo acordado. Quando chegamos e falei o nome dele, ele abriu os olhos. Levei-o para ver o Arthur e ele jogou beijos para o irmão, que estava dormindo", contou.
Fonte:G1

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