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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Saúde: Estado tem hospitais paralisados e dívidas que chegam a R$ 362 millhões


Situação dos hospitais do TO - Flávia Araújo
Obras inacabadas, hospitais sucateados, desabastecimento de materiais e medicamentos, população sem atendimento básico, falta de alimentação para os internos, filas imensas para cirurgias e dívidas que chegam a R$ 361 milhões fazem com que a Saúde viva sua pior crise desde a fundação do Estado do Tocantins.
Situação do HGP em Palmas - Flávia Araújo
Assim que assumiu a gestão, o governo constatou mais de 10 toneladas de medicamentos e insumos vencidos no Estoque Regulador da Saúde, mesmo com o desabastecimento generalizado das unidades. Analgésicos, antibióticos e anestésicos em falta nos hospitais foram encontrados vencidos. Outros materiais mal acomodados, muitos no chão, outros cobertos somente com lona, ataduras e cateteres empilhados, todos guardados de forma incorreta foram flagrados pelo novo gestor.
Inexplicavelmente, o gasto médio com materiais e equipamentos médicos, entre 2009 a 2013, foi de R$ 28 milhões e, só em 2014, o gasto saltou para R$ 57 milhões, mesmo sendo registrada a redução nos procedimentos cirúrgicos, a falta de medicamentos e sem a ampliação de rede de atenção ou a criação de novos serviços.
Após o levantamento do estoque, o atual gestor da Saúde, Samuel Bonilha, informou que cerca de R$ 1,2 milhão em medicamentos devem vencer nos próximos meses, aumentando ainda mais os prejuízos. 


Fornecedores
Situação dos hospitais do TO - Flávia Araújo
Hoje, uma dos maiores problemas da Saúde é uma dívida acumulada em mais de R$ 362 milhões. Somente com fornecedores de serviços, materiais e equipamentos, são R$ 180 milhões. Desse valor, R$ 56 milhões ficaram em aberto com a empresa Litucera, responsável pela alimentação,  hotelaria e serviços gerais dos hospitais.
A má gestão refletiu também, diretamente, no serviço de saúde oferecido pelos municípios, já que mais de R$ 30 milhões deixaram de ser repassados, descumprindo convênios existentes. Com isso, a demanda de pacientes do interior na Capital aumentou com a falta das contrapartidas mensais do Estado para Assistência Farmacêutica, manutenção dos Hospitais de Pequeno Porte (HPP), SAMU, UPA 24 horas, medicamentos de saúde mental, manutenção do Centro de Atenção Psicossocial  (CAPS) e repasse da Média e Alta Complexidade.
Situação dos hospitais do TO - Flávia Araújo
Também por falta de pagamento, os hospitais chegaram a ter as refeições suspensas, tanto para pacientes quanto para acompanhantes. Bonilha negociou com a empresa responsável e mais de 21 mil refeições voltaram a ser servidas diariamente nos hospitais, sendo cinco mil por dia somente no Hospital Geral de Palmas (HGP).

Hospitais sucateados
No maior hospital público do Tocantins, o HGP, que atende inclusive pacientes de outros estados, existe superlotação – em razão do aumento dos encaminhamentos do interior para a Capital – e, ainda, falta de segurança e de manutenção dos equipamentos, muitos deles considerados de última geração.
No Hospital Regional de Gurupi, a máquina de ultrassonografia está sem funcionar e não tem ambulância para transportar os pacientes.  A unidade também está sem serviço de segurança, o que tem permitido falta de controle na entrada do hospital. Nem mesmo o aluguel do prédio onde funciona a ala administrativa do Hospital foi pago desde julho de 2014. Oito leitos de UTI e 16 da ala cirúrgica estão fechados por falta de profissionais.
Desde setembro do ano passado, pediatras, obstetras, cirurgiões gerais e ortopedistas não recebem pelas escalas. Há mais de dois anos não são realizadas cirurgias de catarata, por falta de um medicamento chamado Carbacol (que evita o deslocamento da retina após a cirurgia). A empresa responsável pelo fornecimento do medicamento não está atendendo à demanda por falta de pagamento.
No Hospital Regional de Araguaína há superlotação, com leitos extras instalados em macas e cadeiras nos corredores do hospital. Pacientes com câncer, que fazem tratamento na cidade, viveram o drama de ficar sem os medicamentos necessários para a quimioterapia por quase duas semanas, além disso, o tomógrafo está quebrado e as cirurgias foram suspensas.
A estrutura física da unidade, que é ponto estratégico para atendimento de toda a região norte, apresenta problemas graves com condições precárias e sem cobertura, sendo que até as paredes estão em péssimas condições.
Obras dos hospitais
As obras dos principais hospitais, necessárias para ampliar o atendimento e o número de leitos no Estado, também não andaram na gestão anterior. O levantamento da Sesau aponta uma dívida de R$ 15 milhões referentes às obras paradas nas unidades hospitalares. 
Com investimento previsto de R$ 84 milhões, reforma, adequação e ampliação do Hospital Geral de Palmas tinham previsão de conclusão em dezembro do ano passado, mas apenas 18% das obras foram realizadas.
As obras dos Hospitais de Gurupi e Araguaína também registraram pouco avanço. A construção do HRG que foi iniciada em setembro de 2013 e segue em ritmo lento, sendo que dos R$ 28 milhões previstos, apenas R$ 4 milhões foram medidos.
O HRA, uma das maiores expectativas da região Norte do Estado, era para ser entregue este ano, mas não teve andamento no ano de 2014 e dos R$ 161 milhões previstos para a obra, foram medidos apenas cerca de R$ 11 milhões, o que representa 6,78% do montante total.
A reforma, a adequação e a ampliação do Hospital Regional de Miracema do Tocantins estão com as obras paralisadas. Orçada em mais de R$ 9 milhões, a obra foi iniciada em janeiro do ano de 2014 e tinha previsão de conclusão em fevereiro de 2015, no entanto não teve prioridade da gestão anterior.
Com previsão para conclusão em abril deste ano, a reforma do Hospital Regional de Paraíso do Tocantins também não andou e foi executado apenas 35,54% do montante total de R$ 8 milhões.
Uma das obras mais aguardadas da Região do Bico do papagaio, que compreende 25 municípios do Estado, a ampliação do Hospital Regional de Augustinópolis tinha previsão de conclusão em outubro de 2014, porém a obra não foi concluída.
A população deveria receber em abril deste ano, a reforma, a adequação e a ampliação das dependências onde funciona o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), porém as obras ainda estão na fase inicial.  A obra está orçada em mais de R$ 879 mil e até o momento não foram realizadas medições, sendo que a primeira estava prevista para 21 de novembro de 2014. 
Humanização
Situação dos hospitais do TO - Flávia Araújo
O secretário Bonilha afirmou que conforme a determinação do governador, a meta da nova gestão é humanizar os serviços de Saúde. “Saúde não para, temos que trocar os pneus do carro com o carro andando e o governador determinou que o foco fosse cuidar das pessoas e o acolhimento humano fosse o nosso propósito.  A saúde nunca teve um momento tão caótico, é uma realidade difícil”, disse.
Bonilha frisou que assim que assumiu, buscou identificar os principais pontos de “estrangulamento” da área para começar a negociar as dívidas. “São mais de R$ 362 milhões de dívidas. Só com a cooperativa dos anestesistas são R$ 7 milhões, além de dívidas na alimentação, no pagamento dos plantões extras dos profissionais, ou seja, realmente uma situação caótica”, relatou.
Sobre as obras dos hospitais, ele frisou que no caso do HGP, dos R$ 84 milhões da ampliação, R$ 14 milhões foram pagos e R$ 13 milhões estavam na conta. “O resto do dinheiro não sabemos onde foi parar”, frisou.
O atual governo vai buscar financiamentos para conseguir dar andamento às obras. “Temos que ampliar os serviços de saúde e terminar esses hospitais que a sociedade tanto precisa”, concluiu.

Redação/Secom

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