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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Protesto nas Rodovias: Para liberar estradas, governo promete sancionar direitos dos caminhoneiros

No Porto de Santos, o movimento estava tranquilo na manhã de hoje. Eduardo Enomoto/25.02.2015/R7
Para tentar acabar com os protestos dos caminhoneiros, que bloqueiam rodovias federais em seis Estados do País, o governo federal decidiu nesta quarta-feira (25) atender parcialmente aos pedidos da categoria. Entre as propostas anunciadas estão a aprovação da chamada Lei dos Caminhoneiros — que garante direitos como a jornada de trabalho de oito horas — e a promessa da Petrobras de não reajustar o diesel por seis meses.

Bruno Soares
Hoje o trecho da BR-153 que liga as cidades de Gurupi e Cariri do Tocantins, no sul do estado, está com o trânsito mais lento na tarde desta quarta-feira (25). Os caminhoneiros que circulam pela rodovia aderiram aos protestos que acontecem em todo o país. A categoria está insatisfeita com o alto preço do diesel, o valor pago pelo frete e reclama da situação precária das rodovias brasileiras.
 Segundo a Polícia Rodoviária Federal, os caminhoneiros estão parados no acostamento da BR-153, na altura do km 675, convidando os motoristas que trafegam no local a participarem da manifestação. Conforme as informações, a rodovia não foi bloqueada, mas como os caminhoneiros estão convocando os condutores o tráfego no local está mais lento.
A PRF informou ainda que o juiz federal de Gurupi, Eduardo de Assis Ribeiro Filho, emitiu uma liminar declarando o protesto como ilegal. A multa para quem descumprir a ordem de retirada é de R$ 10 mil por hora. De acordo com a PRF, o protesto segue pacífico, sem confrontos e a espectativa é que via seja liberada até às 18h.

Para quem descumprir a multa é no valor de 10 mil reais por
hora.
Prejuízos
O vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja do Tocantins, Maurício Buffon, disse que a situação é preocupante porque o movimento pode afetar a colheita de soja no estado. "Pedimos algumas peças de colheitadeiras das regiões sul e sudeste e elas deveriam ter chegado há quatro dias. Até agora, não chegaram devido ao bloqueio das rodovias. Até o momento não podemos falar em impactos, mas se houver mais atrasos, isso pode prejudicar a colheita de soja, até porque o Tocantins começou a colheita agora. Colhemos apenas 10% do grão".
Ele explica que as peças quebram diariamente e por não terem equipamentos disponíveis no estado, eles sempre compram em mercados das regiões sul e sudeste.
Após reunião no Palácio do Planalto com empresários, trabalhadores e autoridades do governo, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, afirmou em coletiva de imprensa que as medidas só valerão se os caminhoneiros liberarem as rodovias.
Desde a semana passada, eles realizam bloqueios em estradas federais em protesto contra a alta no preço do diesel e o baixo valor pago pelos fretes. Segundo o último balanço da Polícia Rodoviária Federal, eram 81 bloqueios às 20h.
Rossetto afirmou que o preço do combustível não será reduzido, mas disse que a Petrobras garantiu não fazer novos reajustes nos próximos seis meses.
— A Petrobras nos disse que não haverá reajuste no preço do diesel nos próximos seis meses. É importante que fique claro que as propostas estão sendo apresentadas para avaliação da categoria e serão mantidas na medida em que ocorrer a suspensão do movimento.
Justiça manda liberar vias em 11 Estados
Durante as negociações ao longo do dia, o representante do Comando Nacional dos Transportes, Ivar Luiz Schimidt, chegou a afirmar que as paralisações continuariam caso o governo não diminuísse o preço do combustível. Segundo ele, o valor na bomba subiu cerca de R$ 0,25. 
— Nós queremos sair daqui com uma decisão, se não o movimento vai pressionar mais ainda, com toda certeza.
Frete
Outro pedido dos caminhoneiros que estão na base dos protestos é o reajuste no valor cobrado pelo frete. Eles reclamam que os custos subiram, mas que o preço do serviço continua o mesmo.
Nesse sentido, o governo se compromete a criar um grupo permanente de negociação, composto por caminhoneiros, empresários e representantes do Executivo, para estabelecer uma tabela referencial de frete.
Durante o dia, o senador Blairo Maggi (PR-MT), que participou das negociações, afirmou que essa é uma questão privada, regulada pelo mercado.
Segundo o senador, que é um dos maiores produtores de soja do mundo, a mobilização já teria alterado o valor do frete em algumas regiões.
— O governo não pode se envolver em frete, isso é uma relação privada. Mas desde o início do movimento até agora, o preço do frete já subiu bastante. Recebi informações de que lá em Mato Grosso, por exemplo, os preços dos fretes subiram 34%. Tem coisas que o governo pode fazer, outras coisas é a iniciativa privada que tem que fazer. 
Lei dos Caminhoneiros
Entre os pedidos atendidos pelo governo está o compromisso de a presidente Dilma Rousseff sancionar, sem vetos, a Lei dos Caminhoneiros.
O texto foi aprovado em julho do ano passado, mas alguns temas específicos da regulamentação passaram pelo Congresso somente no início de fevereiro deste ano.
A nova lei estabelece uma jornada de trabalho de oito horas, com prorrogação por até duas horas extraordinárias. No entanto, a lei permite que, se houver acordo coletivo, o motorista pode fazer até quatro horas extras.
Além disso, a legislação estabelece descansos obrigatórios para os caminhoneiros e livra os motoristas de pagarem pedágio, se estiverem sem carga.
Para facilitar a negociação com os caminhoneiros, o governo também se comprometeu a expandir os prazos de financiamentos dos programas que facilitam a compra de caminhões, como o Procaminhoneiro.
Os motoristas alegam que os custos aumentaram e, por isso, precisam de mais tempo para pagar as dívidas. Com isso, o governo se comprometeu a fazer um refinanciamento dos caminhões que foram adquiridos por meio dos programas, explicou Rossetto.
— O segundo ponto discutido é a carência, por 12 meses, do financiamento de aquisição de caminhões através do Procaminhoneiros e do Finame. Esta prorrogação beneficia os caminhoneiros autônomos e microempresas.
As propostas do governo ainda serão analisadas pelos sindicatos e associações que comandam o movimento dos caminhoneiros.
R7.com com informações do G1 TO

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